Gestão de sala de aula: trabalho em grupo


    Segunda aula do 2º módulo da pós graduação em Metodologias Ativas: ensino híbrido e educação na cultura digital. O professor Fernando Trevisani, um dos responsáveis por esse módulo, pediu que nos organizássemos em grupo para discutir: (1) papel do professor, (2) papel do aluno, (3) gestão, (4) espaço, (5) tecnologia e (6) cultura escolar. 
    Estou no grupo 1. A discussão é muito interessante porque hoje, com tantas inovações, com a necessidade de aulas ativas em que o aluno seja de fato protagonista de sua aprendizagem, o papel de professor centro das atenções cai por terra. No meio dessa discussão, alguém do grupo faz uma pergunta que silencia a todos: "como vocês planejam o trabalho em grupo com os alunos?"
    Eu até suspirei. Tenho muitos traumas de trabalho em grupo - tanto como aluna tanto quanto professora. Como professora, já organizei trabalhos que deram certo e outros que foram, sendo eufemista, desastrosos. Na escola em que trabalho, só neste ano(antes da quarentena), tivemos três reuniões aos sábados para discutir isso. Total: 12 horas de trabalho de professores da Educação Infantil ao Ensino Médio. Criamos, com base nisso, um manual para que os professores tivessem um certo padrão na gestão dos grupos.     
    Confesso que fiquei de certa forma frustrada porque aquele documento não trazia novidades para mim. Era mais um manual de procedimentos, mas os pontos nevrálgicos não estavam ali: como agrupar esses alunos? O que levar em conta para dividi-los? Como ensinar de fato a trabalhar em grupo? Como gerenciar conflitos? Como fazer que todos trabalhem sem ninguém se sobrecarregar?
    Não tínhamos resposta para essas questões nem naquele grupo de discussão da pós. O professor Fernando estava passando pelos grupos e se deparou com nossas aflições. Na aula seguinte, dedicou uma parte da aula a falar sobre esse tema. Primeiramente, vi que me falta embasamento teórico sobre isso. Nem na licenciatura estudei sobre como planejar trabalho em grupo. A experiência na lida de sala de aula me ensinou muitas coisas, mas não tudo.
      Assista ao vídeo a seguir para ver alguns pontos importantes do trabalho em grupo com o professor Fernando Trevisani. No vídeo, apesar de ele abordar a importância do trabalho em grupo para as aulas de matemática, sua fala se aplica a outras disciplinas.
 
    Gostei tanto das explicações que comprei dois livros indicados pelo professor aquele dia para poder me aprofundar no assunto. O primeiro foi Gestão da sala de aula: lições de pesquisa e da prática para trabalhar com adolescentes


    No início do capítulo 10 da obra, Administrando o trabalho em pequenos grupos, não sabia se ria ou se chorava com a experiência do professor Ralph em sua primeira tentativa de trabalhar em grupo com os alunos. Vou resumir aqui: frustrante. Nada saiu como o esperado. Poucos participaram, muitos alunos ficaram descontentes, comportamentos pouco cooperativos etc. Que professor nunca passou por isso? 
       Aprendi muito com esse capítulo: as seis categorias de alunos passivos, como planejar e implantar trabalho em grupo eficiente, os diferentes tipos de grupos etc. Além disso, eu não conhecia Spencer Kagan e seu trabalho sobre aprendizado cooperativo. Para quem quiser conhecer um pouco de seu trabalho, assista ao vídeo aqui disponibilizado: What Is Kagan?
                            
      A segunda obra indicada é Planejando o trabalho em grupo: estratégias para salas de aula heterogêneas. São 214 páginas só sobre trabalho em grupo. Eu ainda não o li. Está na minha lista para as férias de julho.


    Sei que o professor desempenha muitos papéis. Entretanto, tenho certeza de que o papel mais relevante do professor é o de estudioso. Quem trabalha com educação não pode parar. Só o aperfeiçoamento contínuo pode nos tornar mais conscientes de nossas práticas e mais instrumentalizados para desenvolver as trilhas de aprendizagem de nossos alunos. 
      
    

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