Metodologias ativas: o primeiro contato



As três primeiras aulas da pós graduação em metodologias ativas foram muito interessantes. Apesar da desconfiança inicial (o que uma professora de Língua Portuguesa pouco tecnológica faz aqui?), gostei! A aula é bastante dinâmica: não ficamos parados e sempre somos desafiados. O primeiro módulo é um primeiro contato com as metodologias ativas tanto na prática quanto na teoria. Em relação à teoria, um trecho de um texto chamou muito a minha atenção:

“Os educadores precisam pensar na instrução direta e na aprendizagem ativa como complementares, e não como opostas ou mesmo mutuamente excludentes. Um educador qualificado saberá quando a instrução direta é melhor para os alunos e a usará habilmente e no contexto e medida apropriados. O mesmo vale para a aprendizagem ativa. A instrução direta e a aprendizagem ativa são ferramentas, não religiões.” (TALBERT, R. Guia para utilização da aprendizagem invertida no ensino superior. Porto Alegre: Penso, 2019. p.12-15)

Isso me tranquilizou muito, pois um dos meus maiores receios, ao me matricular nessa pós, era ter de jogar no lixo 20 anos de experiência em sala de aula no ensino tradicional, chamado acima de “instrução direta”. Não. Não terei de fazer isso. Naquele momento percebi que estava ali para aprender a reconhecer com mais facilidade o “jeito da madeira”, ou seja, as situações que mais favorecem a aprendizagem dos meus alunos. Achei essa metáfora (“jeito da madeira”) muito interessante. Recomendo a leitura das páginas 34 a 36 do livro “Metodologias Ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática”, organizado pela Lilian Bacich e José Moran para conhecê-la.


Recomendo também, na mesma obra, a leitura do capítulo 2: O leitor como protagonista: reflexões sobre metodologias ativas nas aulas de literatura, escrito por Marcelo Ganzela. Geralmente, encontro com facilidade a aplicação das metodologias ativas nas áreas das ciências exatas ou biológicas. Há bem menos material produzido em relação a linguagens, códigos e suas tecnologias. Segundo o autor do capítulo em questão, o ensino massificado da literatura é problemático, uma vez que a experiência estética é sempre subjetiva. Assim, a personalização é uma saída viável para atender as necessidades do aprendente. Realmente é uma obra basilar. 


Além de um primeiro contato com as metodologias ativas, aprendi a utilizar, nas três primeiras aulas do módulo 1, algumas ferramentas muito úteis e de fácil uso para educadores e alunos - os meus do Ensino Médio aprovaram:

-Padlet: plataforma colaborativa para a construção de mural ou quadro em que é possível visualizar as postagens dos alunos e interagir com elas. É possível anexar vídeos, imagens, textos etc. Dica para os professores: escolha a opção em que há um moderador, pois isso evita que os textos sejam publicados sem a leitura do professor – isso evita “gracinhas”.

-Flipgrid: plataforma de discussão em vídeo. Já criei três grades para os alunos – para cada um dos anos do Ensino Médio. Estou usando como um canal de comunicação importante agora neste tempo de quarentena devido ao Corona vírus (Sars-Cov-19). Usei de duas maneiras diferentes: para uma atividade sobre Fake News e a saúde pública (não colocarei o link aqui para preservar a imagem dos meus alunos) e como ferramenta de comunicação “confidencial”. Nesta última, os alunos assistem ao meu vídeo e têm a opção de gravar uma resposta que ele sabe que eu não publicarei na plataforma. Dessa forma, o atendimento é individualizado. Os mais tímidos podem tirar suas dúvidas sem medo de exposição, por exemplo. Muitos alunos mandam um vídeo para simplesmente conversar, desabafar sobre a quarentena etc. Como eu liberei a gravação de pijama ou fantasiado, estou recebendo vídeos hilários – considero importante levar um pouco de leveza para esses alunos durante um período tão difícil que é a quarentena em que estamos vivendo. Dica para os professores: escolha a opção em que há um moderador, pois isso evita que os vídeos sejam publicados sem que o professor os avalie.

-Canva: plataforma com templates, muitos gratuitos, para a produção de apresentações, cartazes, folhetos, currículos, postagens, infográficos, mapas conceituais etc. De fácil utilização, já usei para criar material para meus alunos, como pode ser visto abaixo. Eles também usaram para fazer uma atividade e a devolutiva dela foi muto positiva. Uso aqui no blog também.





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